Pátria Soberana

O alinhamento do PT com as FFAA e o STF

Foto: Reprodução
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O clima de perseguição está grande no Brasil. Inúmeros parlamentares, jornais, jornalistas e influenciadores com suas redes sociais censuradas e uma imensidão de patriotas e empresários presos. Tudo isso acontece a partir de inquéritos inconstitucionais em uma ditadura do judiciário que toma forma e ameaça o Estado Democrático de Direto no Brasil.

Durante toda a campanha eleitoral, o PT de Lula fez questão de dizer para que veio. Fez questão de radicalizar o discurso e não ceder um centímetro sequer. Após o resultado das urnas, questionados até agora por uma parcela da população, o governo de transição age da mesma forma. Inúmeros indivíduos com um triste histórico ético, moral e legal passarão a ocupar as cadeiras importantes no novo governo a partir do dia primeiro de janeiro, uma clara estratégia de desestabilização dos adversários. Sem falar, na postura do atual Ministro da Justiça que em toda oportunidade chama as manifestações de “incubadoras de terrorismo” e dá a entender que os manifestantes cometem ou cometerão “atos antidemocráticos”.

Na dinâmica da correlação de forças e luta pelo poder, quando se tem criminosos ao seu lado, seus adversários calculam que você está disposto a fazer qualquer coisa pelo poder e para manter o poder, afinal, quem age a margem da lei geralmente está disposto a tudo.

Nessa perspectiva, quando se analisa os discursos e a linguagem utilizada pelos patriotas que estão em frente aos Quartéis Generais espalhados pelo Brasil a fora, se percebe a existência preponderantemente de narrativas de cunho emocional e poucas alicerçadas na razão.

A emoção tomou conta e a razão ficou na gaveta. A sensação de urgência, gatilho mental extremamente poderoso, tomou conta de todos em um contexto que a emoção primitiva mais em voga é o medo. A medida em que o relógio passa e os manipuladores falam em tic-tac, os patriotas nas ruas aumentam a ansiedade, a inquietude e reagem, única e exclusivamente, na base do medo. O medo do Brasil virar uma Venezuela. Com toda a narrativa da esquerda durante a campanha eleitoral, esse medo passa a ter uma razão concreta para existir.

O medo da dor é mais poderoso que a própria dor e no desespero de sofrer, agem de forma inconsciente, sem medir o peso de cada decisão. Por isso que estamos assistindo alguns equívocos cometidos por aqueles que estão vestindo o verde e o amarelo em defesa do Brasil. Esse clima de medo cresceu por conta da Guerra Psicológica na qual foram vítimas durante a campanha eleitoral. Como a estratégia básica em campanhas políticas se resume em gerar o medo em relação ao candidato adversário e esperança em seu candidato favorito, milhões de brasileiros entraram em dissonância cognitiva diante de centenas de técnicas de engenharia social, gatilhos mentais e frases de efeito… e o resultado está aí… milhões com pânico do governo Lula.

Muitos ainda se encontram na fase da negação, primeira etapa das fases do luto, diante da derrota sofrida. Negam a realidade por estarem com o medo “das dores do comunismo”. Olham para a Venezuela e para a Argentina imaginando que esse será o futuro do Brasil, e essa previsão de futuro assombrosa os atormenta e os move em desespero pela luta por sua liberdade como se fosse o último tempo, a última oportunidade… tic-tac, tic-tac.

Com o medo, com a negação e com o senso de urgência, perderam a razão e são movidos única e exclusivamente a base da reação emocional. Nesse ambiente de desinformação, a dissonância cognitiva se torna uma regra geral e, a verdade é que a realidade não mais importa. A esquerda conseguiu construir o que seus ideólogos germinaram na Escola de Frankfurt… a Era da Pós-Verdade! Não estamos na era da Verdade, mas na era da Pós-Verdade.

Muitos dos patriotas atuais confundem fantasias com fé e acreditam em cada fato ou narrativa que se apresenta para alimentar seu viés de confirmação, ao mesmo tempo em que negam fatos e narrativas que confrontam as suas crenças, mostrando que a imunização cognitiva está forte e atuante, impedindo-os de verem a verdade.

Se antes de tudo isso, todas as ações de engenharia social fizeram familiares se dividirem em direita e esquerda, agora, a alienação se aprofundou ao ponto de dividir, até mesmo, pessoas da mesma cosmovisão. A direita racha porque os que endeusam e idolatram Bolsonaro não aceitam as críticas necessárias que são feitas ao ex-presidente, porque na visão deles, se criticar Bolsonaro, o PT volta. Só não percebem e não aceitam a verdade: o PT voltou por conta dos erros de Bolsonaro.

Esses erros, que não foram debatidos para se buscar aprender e crescer com eles, se propagaram e se multiplicaram ao longo do governo, em decorrência da Espiral do Silêncio imposta por essa parte da direita que chamo de Direita Punho Cerrado… a direita que abraçou a agenda da esquerda a partir do Culto à Personalidade ao Bolsonaro. Para essa ala da direita, se algo foi feito por Bolsonaro, mesmo que seja em favor da agenda da esquerda, como as pautas feministas aprovadas no Governo Federal nos últimos anos, então está tudo certo. “Bolsonaro é estrategista e sabe o que faz, não atrapalhe!”

A mínima crítica movia uma horda de zumbis coordenada por influencers, mais preocupados em ganharem PIX e likes do que qualquer coisa, a realizarem o que a esquerda sempre fez contra a direita: o cancelamento! A mentira virou uma indústria de likes e PIX, tendo como público-alvo fanáticos e idólatras. A verdade é que nos últimos anos essa parte da direita em profunda histeria cancelou todas as outras direitas, rotulando de esquerdista e comunistas quem ousassem pensar contrário a Bolsonaro, evidenciando uma alienação e emburrecimento jamais visto no lado direito do espectro político brasileiro desde seu ressurgimento em 2014.

Com toda essa esquizofrenia coletiva nas ruas, a esquerda está com o terreno pavimentado para que Lula ressurja como piedoso, dando anistia aos perseguidos pelo Alexandre de Moraes e, dessa forma, pacificando o país e acalmando as massas inflamadas por toda operação de Guerra Psicológica na qual o povo brasileiro foi alvo e vítima.

Tudo isso pode ser explicado por uma adaptação inversa da técnica conhecida como Pé na Porta. Basta você ler o livro Maquiavel Pedagogo, de Pascal Bernardin, para entender como esse método de engenharia social se aplica em sala de aula e compreender as suas possibilidades de aplicação em escala nacional como estamos presenciando atualmente.

Em nossa realidade atual, funcionaria da seguinte forma: imagine um ladrão desarmado entrando na sua casa, em um domingo onde todos os seus familiares estão aproveitando o momento em família. Ele grita com tom firme e forte, “vou matar todos aqui” e, logo em seguida, ele diz “a não ser que vocês me deem o que comer”.

No primeiro momento as pessoas entram em choque, o medo passa a controlá-las e é natural que a paralisia tome conta. Como o suposto ladrão não teve nenhuma reação, o enfrentamento fica aguardando algum sinal de que será necessário para garantir a sobrevivência individual e do grupo. Tendo em vista de que a solicitação desse suposto ladrão não é algo difícil de conceder, o cálculo mental que as pessoas da casa farão é “apenas um prato de comida para não ter uma morte aqui? Ufa!”. A família ficará aliviada porque ninguém morreu e o suposto ladrão, que queria apenas um prato de comida, sairá com seu objetivo atingido. Tudo não passou, desde o início, de uma ação de engenharia social planejada.

Lula e o PT precisaram fazer uma grande coalizão de forças para derrotar Bolsonaro. Boa parte dessa coalização não concorda com a agenda revolucionária do Foro de São Paulo, mas se uniram por conta do “inimigo comum”, que é Bolsonaro e a agenda conservadora.

Como a esquerda sabe que não conseguirá fazer do Brasil uma Venezuela da noite para o dia e já inicia seu governo com grande resistência popular, precisa encontrar um caminho para enfraquecer as manifestações e estabilizar seu governo, se pretendem continuar no poder. Se essas manifestações continuarem, Lula irá sangrar politicamente e, em ambientes onde não existem peixes, apenas tubarões, sua continuidade no governo pode sofrer um revés e o Brasil pode assistir um novo impeachment do PT. É aí que os dilemas começam.

Se perseguirem os manifestantes da forma como as narrativas do governo de transição se apresentam, isso apenas colocará mais gasolina em uma casa já em incêndio, o governo sangrará e, em mar de tubarões, uma gota de sangue atrai centenas deles para abocanharem mais espaços de poder, ameaçando a continuidade do PT na liderança do governo.

Por outro lado, se Lula deixar que o STF intensifique a perseguição no primeiro momento para, logo em seguida, aparecer como o grande líder e pacificador, fazendo o oposto do que pregou em parte da campanha e nessa fase de transição, concedendo anistia para aqueles que se excederam, articulando com o STF a liberdade de expressão aos parlamentares censurados e ainda, derramar dinheiro para a parte da imprensa que tanto o atacou, Lula deixará de ser visto como o radical de extrema esquerda, perigoso e temido, e pousará de defensor da democracia, da liberdade e dos direitos humanos. Na visão desses patriotas que estão nos quartéis, o perdão de Lula e o retorno de parte da liberdade de expressão serão vistos como um alívio diante do medo da perseguição implacável que tanto temiam.

A direita, com dívidas e sem razões para continuarem nas manifestações nesse primeiro momento, vai se recolher aliviada por não receber à Polícia Federal em suas casas às 05h da manhã.

Se tudo acontecer dessa forma, diante desse cenário que estou aqui desenhando, toda essa técnica de engenharia social terá sido muito bem orquestrada e calculada com meses de antecedência, a partir da premissa de uma vitória certa. Eis o maior de todos os nossos problemas.

Após o discurso do General Mourão, onde o mesmo fez uma crítica velada ao Bolsonaro e defendeu as FFAA, percebemos a existência de um alinhamento das FFAA com o STF, as únicas instituições permanentes do Estado que sobreviveram a todos os governos e golpes de estado no Brasil, desde o golpe da república. Não seria estranho acreditar que os Positivistas se uniram com os Comunistas do PT para derrubarem Bolsonaro e acabar com a agenda ideológica da direita, principalmente depois da campanha eleitoral que vivenciamos, onde os juízes que apitaram a partida se posicionaram claramente na defesa de um dos jogadores. De certo modo, tanto o Positivismo quanto o Comunismo acreditam na ideia de que o Estado tem que resolver tudo, assim como na ideia da sociedade organizada a partir de um Planejamento Central. Na verdade, os Positivistas estão mais alinhados aos Globalistas do que aos próprios Comunistas, mas como esses dois últimos estão unidos, esse terceiro entende que chegou a hora de controlar de vez o Brasil.

Os últimos decretos assinados pelo ex-presidente Bolsonaro nos remetem a essa análise. Existiu, de fato, uma maior permissividade da atuação das FFAA na condução do Estado, principalmente no que se refere a áreas estratégicas. Esses decretos fizeram com que a militância acreditasse que um G.L.O estava em curso, mas foram surpreendidos com a última live de Bolsonaro e com o pronunciamento oficial do General Mourão.

Nesse primeiro momento, podemos respirar aliviados, já que o positivismo dos militares irá impor freios a agenda ideológica do Foro de São Paulo, forçando Lula a “andar na linha”. É um jogo complexo e que o final é incerto. A única certeza é que já vivemos uma ditadura disfarçada de democracia, onde a liberdade de expressão já não é mais uma liberdade garantida na constituição e, ao que parece, qualquer extremismo rejeitado pelos positivistas serão atacados.

Enquanto parte da direita começa a estudar Sun Tzu e A Arte da Guerra, a esquerda está anos luz no que se refere a estratégia política e os positivistas na vanguarda da tomada do poder no Brasil. Só sairão da infância intelectual política quando estudarem e desenvolverem uma vida intelectual e entenderem a importância da guerra cultural. Não é à toa que as melhores análises sobre o que está acontecendo foram realizadas pelos alunos do Professor Olavo de Carvalho… a falta que ele faz precisa ser compensada pelo esforço dos seus alunos em desenvolverem uma vida intelectual, trabalharem pela cultura e multiplicarem os frutos daquele que abriu a mente de muitos para os males do comunismo, do positivismo e seus métodos nefastos.

O momento agora é de abrir o debate intelectual para estudarmos os erros e acertos de Bolsonaro, analisarmos nossos adversários, compreender nossas Forças e nossas Fraquezas, identificar as Oportunidades e Ameaças que se encontram no ambiente político para voltarmos a jogar com chances da vitória. A Direita precisa de uma autocrítica e para isso, se faz necessário acabar com o cancelamento interno e a espiral do silêncio que tomou conta do movimento conservador nos últimos anos.

Se isso não acontecer, e rápido, mais uma previsão do Professor Olavo acontecerá, a previsão em que as FFAA irão oprimir o povo que pediram a sua intervenção, e teremos que dizer outra vez, “Olavo tem razão”.

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